13/11/2019 :: Conhecer as fraquezas é postura para os fortes

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2019-11-13

Conhecer as fraquezas é postura para os fortes

A falha sempre foi vista como sinal de fraqueza. Desde crianças, somos ensinados a esconder o choro e omitir nossas inseguranças. Somos treinados, geralmente, a perseguir a vitória, o sucesso e pouco nos preparamos para o caminho da perda e do reconhecimento de nossas vulnerabilidades.

Por isso, venho hoje propor um exercício. Imagine você participando de uma entrevista de recolocação ou mesmo de uma avaliação de desempenho dentro da organização, onde é solicitado a analisar as suas fraquezas e fragilidades. Como seria? Você ficaria confortável em identificá-las ou sentiria vergonha, medo? Acredito não ser vergonhoso admitirmos nossas falhas, afinal somos humanos e só essa condição já nos dá o amplo direito de não carregarmos todo o peso do mundo em nossas costas, muito menos de sermos onipotentes e onipresentes.

Desde o instante em que acordamos até o momento do descanso, diversas aflições rodeiam nossa mente: o medo de falhar com a equipe, com os clientes, com a empresa, o medo de não conseguir cumprir prazos e metas...enfim. Em certa escala, esses temores são aceitáveis e mostrá-los não nos diminui. Muito pelo contrário. É um gesto nobre. É um gesto para os fortes.

Se você, por exemplo, é um líder e revela para seu time suas carências, está [talvez, até mesmo, sem saber] cometendo um ato incalculável de humildade. Ao agir assim, deixa claro que soberba e prepotência não são parte de seu perfil e, ao mesmo tempo, transmite o seguinte recado: “estou nessa missão com vocês e, embora esteja em uma posição de liderança, posso falhar, assim como vocês. Vamos caminhar juntos?” Nos assumirmos, tal como somos, é, antes de tudo, fugir do rótulo de que devemos usar uma couraça para nos escondermos.

O que não dá para fazer é deixar com que as suas fragilidades se sobressaiam a ponto de afetarem sua credibilidade. Lembre-se: as pessoas que estão a seu lado, precisam se sentir minimamente confiantes em suas estratégias, principalmente se é você quem as estabelece. Quando nos deixamos dominar pelo medo paralisante, a equipe também será tomada pelo temor de agir, justamente pelo fato de não ter uma referência motivadora, que engaja e estimula a todos.

O ideal, [volto na referência a Aristóteles, usada no último artigo] é recorrer ao meio-termo: Não seja uma estrutura frágil, que desaba no primeiro vendaval e nem se posicione como um herói, capaz de salvar tudo e todos. Mulher-Maravilha e Super-Homem só existem no cinema e nas revistas em quadrinho.

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