20/04/2020 :: A vulnerabilidade facilita a construção de redes

Novidades

Categorias:

2020-04-20

A vulnerabilidade facilita a construção de redes

Começo o artigo de hoje com o exemplo de uma cliente recém chegada em uma área para gerenciar uma equipe. Por ser muito expansiva, o trabalho home office [que muitos profissionais estão vivenciando devido à pandemia de coronavírus] fez com que ela tivesse dificuldades em acompanhar as atividades dos liderados. Angustiada, chegou a desabafar sobre a situação com um colega. Se houve desabafo, existia incômodo. Qual seria ele?

Ela relatou não ter muito conhecimento da área, o que a levou à identificar necessidades de buscar mais informações e se aperfeiçoar em determinados aspectos práticos do seu dia a dia de trabalho.

A partir de nossa conversa, ela entendeu que poderia adquirir conhecimentos com a própria equipe e até mesmo com os pares. Mas, o que a impedia de fazer esse movimento? A cliente identificou, então, sua dificuldade em demonstrar a falta de conhecimento para seus colegas. E esse sentimento tem nome: vulnerabilidade.

Neste mundo extremamente competitivo, no qual a sociedade, cada vez mais, cria pseudomodelos de super heróis invencíveis, a impressão que eu tenho é que parece ser pecado mostrarmos nossas fragilidades. Parece ser pecado dizer “não sei”, “preciso me aperfeiçoar”, “o que eu faço para aprender?”  Parece não haver espaço para posturas frágeis. Entretanto, como somos humanos, a vulnerabilidade faz parte do nosso DNA. Aparece, principalmente, quando precisamos solucionar problemas complexos, que escapam a nosso controle.

Para conseguir tal ‘façanha’, autoconhecimento é fundamental. Nessas horas, vale muito a pena mapear seus pontos de fragilidade, identificá-los e saber que eles existem. Só assim você será amplamente capaz de abandonar o medo de pedir ajuda, além de não negar a necessidade de autodesenvolvimento. Permita-se a não saber, a negar sua onipotência e onipresença, afinal enquanto não dermos o último suspiro nesta Terra viveremos em constante aprendizado e aperfeiçoamento.

Proponho um exercício simples, prático para o seu dia a dia: comece, desde já, a buscar informação, conversar com quem detêm qualquer tipo de conhecimento que possa ser trocado/compartilhado. Cerque-se das pessoas que te inspiram. Certamente você terá muito a aprender com elas para se autodesenvolver.

O poder da vulnerabilidade facilita, inclusive, o relacionamento em rede, sabia? A necessidade de relacionamento com outras pessoas nos leva à construção de pontes, o que nos faz sair da inércia.

Quando você mostra suas fragilidades, escancara a humildade. Entenda e aceite suas limitações. Como já disse, as limitações fazem parte da condição humana. Ter esse entendimento é o primeiro e mais importante passo para, não só, nos alimentarmos da troca com o outro como também traçarmos um plano de ação que nos leve em busca do desenvolvimento das competências que tanto almejamos. Pense nisso!

Voltar