16/03/2006 :: Estratégias e Remuneração Interna: Um novo conceito para alcançar bons resultados
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Estratégias e Remuneração Interna: Um novo conceito para alcançar bons resultados
Durante esses últimos tempos, remuneração estratégica é um tema que vem sendo muito discutido no meio acadêmico, e que está presente em nosso dia-a-dia e todos devemos refletir sobre este assunto, principalmente os senhores empresários de plantão, que costumam denominar salários como ?custos?. Já estamos passando da hora de encarar os salários como investimentos.
Trocando em miúdos, remuneração estratégica é a forma de aliar os salários dos funcionários de uma empresa de acordo com os objetivos e estratégias da instituição. É investir na capacidade, no desempenho dos funcionários, levando em conta não somente as tarefas que eles executam, mas as habilidades, capacidades e a projeção de desenvolvimento profissional que podem alcançar.
O Brasil é um país de recente industrialização, se comparado por exemplo aos Estados Unidos, há um grande caminho a se percorrer principalmente na forma de encarar a inserção das pessoas na organização e a forma como alocá-las, delegar responsabilidades e inseri-las em um contexto em que o mais importante não é somente focar no produto final ou nos lucros, o mais importante é pensar na plena satisfação do cliente e na realização do maior patrimônio da organização: os seus funcionários.
Uma das maiores dificuldades das empresas brasileiras é justamente conseguir enxergar as remunerações num contexto que extrapolem o simples vínculo com o cargo ou as funções que os funcionários exercem. Geralmente constroem um plano de cargos e nele estabelecem os salários, sem levar em conta as particularidades das pessoas que irão ocupá-los. Muitas vezes as organizações inserem benefícios, bônus, comissões e participações nos lucros acreditando serem isoladamente motivos de gerar motivação. Grande engano.
A partir de um planejamento que leve em conta alcançar os resultados esperados, reter talentos e manter motivados os funcionários, os benefícios e salários também devem ser coerentes com as metas, os objetivos e a visão da empresa. Deve ser clara aos funcionários a idéia de que a empresa somente crescerá com o seu esforço e conseqüentemente ele receberá os benefícios almejados. No livro ?A Hora da Verdade?, Jan Carlzon relata sua história de sucesso como CEO da SAS, uma empresa de aviação escandinava, desafogando-a de prejuízos e elevando-a ao patamar de melhor empresa aérea da Europa em 1983 e 1984, bastando para isso dar foco total às necessidades dos clientes e repassando aos funcionários da linha de frente a responsabilidade por tomar decisões que influenciavam diretamente às suas funções. Com isso, criou em todos a visão de que cada um era responsável pelo desempenho da empresa, e que todos sairiam beneficiados.
É evidente que ainda temos que percorrer um longo caminho rumo à essas tendências, que parte desde a qualificação de mão-de-obra atual e futura do mercado brasileiro, até a mudança de concepção por parte das organizações, que estão sendo cada vez mais impulsionadas a adotá-las pelos mercados, que se compõem diariamente mais competitivos,exigentes e selecionadores, deixando sobreviver as organizações mais idôneas, conscientes e estrategicamente posicionadas.
*Aluna do Curso de Administração de Empresas
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